Páginas

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Cães do inferno


O estrondo que a porta fez abafando os últimos passos rebolantes e raivosos que poderiam ser vistos da esquina do quarto foi o primeiro sinal de alerta captado por você, homem desligado e agora confuso. Sua mulher, a garotinha com quem fez planos e agora vivia um relacionamento estável lhe parece levemente insatisfeita com alguma coisa e você nem imagina o que possa ser. Você não entende, nunca estiveram tão bem. Há meses que não brigavam, inclusive.


sábado, 20 de agosto de 2011

O amor não



E de repente o mundo me abandona. 

domingo, 7 de agosto de 2011

De homem pra mulher




Escute: Te amo - Vanessa da Mata

O dia que eu tentei escrever na pele de um homem.

Quando eu a vi abrindo a boca em câmera lenta, deitada de frente pra mim, e fitando em transe a ponta do meu nariz como quem tenta lembrar a palavra certa, pensei que das duas uma: ou ela preparava aquelas unhas gigantescas de quem não lava louça pra incomodar os meus humildes cravos que não fazem mal a ninguém, ou dali sairia o único ‘te amo’ que eu levaria a sério em toda minha vida. Mas não, na verdade, eu me vi obrigado a unir todo meu conhecimento de leitura labial adquirida ao longo da vida tentando decifrar o que as mulheres dizem sem dizer, para aí sim, com muito esforço, entender aquele esboço de ‘eu te adoro’ que ela balbuciou. Então eu pensei: minha princesa, você anda freqüentando o orkut demais.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Desculpe o auê


Música da reconciliação: Desculpe o auê 



Mulheres surtam.

Sério mesmo. Piram o cabeçote, fazem a loca, até que resolvem se inserir no nosso grupo de apoio a mulheres que amam demais anônimas, o famoso MADA. Tudo por conta daquele sentimento estressante que deixa o peito espremido sempre que alguma vagaba se engraça pro lado do seu respectivo homem. Ta, foi mal. Desculpe-me pelo vocabulário, mas é que a gente fica assim, possessa. Perdemos a pose, descemos do salto. Viramos bicho.