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quinta-feira, 31 de março de 2011

Frisson




Escute:  Frisson (Roupa Nova) , na voz de Pollyana Papel

Quer saber? Preciso de você aqui. Bem aqui. Dizendo sentir perfumes inventados em mim ou então, sei lá, tomando o copo da minha mão me alertando novamente sobre a dificílima digestão do leite a essa hora da madrugada. Tanto faz. Te gosto romântico, te gosto bravo e te quero aqui, com suas pupilas antagônicas, discretas e inconvenientes de moço bem criado me fazendo corar. É só disso que preciso e faço tudo pra merecê-las.

Aliás, quero também suas caras de deboche. Aquelas que você faz sempre que eu ouso falar da habilidade e da beleza de Fábio, o melhor goleiro do mundo. O moço bonito cujo nome arrisco dizer, só pra ver de novo o jeito desinteressado com que você o critica. Então, por favor, continue não me poupando desse seu sarcasmo descarado de quem sabe que eu to certa e não dá o braço a torcer.

Outra coisa,mais que gostar, eu preciso do seu ar de professor me advertindo sobre mundos reais e imaginários, envaidecido pelo que cinco anos de vantagem fizeram de ti. Ou então, de quando diz pra eu não levar tão a sério nossos debates quentes e casuais. Engraçado! Você põe meu ciúme à prova, se enfeitando cada vez mais de gentes, contatos, amores e amigos e depois diz que eu fico engraçada quando começo aqueles sermões regados à insegurança. E aperta minhas bochechas, me dá um abraço-algema e diz que eu sou a coisinha mais linda da roça de propósito, só pra ver meu projeto de raiva sendo dissolvido. Faz isso porque sabe que eu não sei brigar com você.

Ah! Lembrando aqui... nunca abandone essa mania de se vestir de meu herói, sonhando com nossa Pequenópolis e me protegendo dos seus próprios superpoderes, já que percebo o receio quase paternal de me machucar. Nem que passem, sei lá, milanos, jamais esqueça esses tempos exaltados da juventude em que você diz ser meu Clark Kent. Acho bonito quando você me acompanha nesse romantismo inflamado, desmedido, démodé.

É aí que me dá uma vontade danada de ver seus olhinhos brilhando ao constatar que 99% da sua caipira é daquela paz só encontrada nos gibis do Chico Bento, e que, mais que caipira, sou sua. Ou então de te ouvir dizer de novo que não importa o lugar onde fiquemos, estando comigo, num buraco que seja, você está feliz. Literal ou metaforicamente, essa simplicidade do nosso amor deixa minha alma tão mais próxima da sua. É por isso que me dá tanto prazer ver a confusão estampada em seu rostinho satisfeito quando tenta entender essa incógnita que é eu saber tanto de você e que apesar de te ler em quase todos os  sentidos, quero também te ler em braile.

Tanto é que adoro rir da carinha pseudo-inocente que faz quando sua mão esperta insiste em me procurar. Ou então, ouvir teu sotaque rasteiro no meu ouvido, cuspindo aquelas palavras sem-vergonhas causadoras de estranhos arrepios, que dissolvem o brio que me sobra quando você tá por perto. Quem sabe até sentir seu suor frio pós-cooper me envolvendo e me deixando à milanesa com os grãos de areia que não resistiram e, assim como eu, te seguiram da rua até em casa. Tanto faz.

Já me basta seu zelo. A facilidade com que substituiria Michael Vartan descrevendo a cor dos olhos de Jennifer Lopez na Sessão da Tarde mais água com açúcar que já existiu*. Ou então, as perguntas indiretas de quem desconfia da certeza do meu querer, seguidas de um risinho desconfiado. Já disse. Não há do que duvidar. Eu gosto de ti e pronto. Só de ti. Pronto. Se não acredita, basta perguntar o cara lá de Roupa Nova, a banda. Ele me viu tão encantada ao te encontrar que escreveu "Frisson" e a colocou em todas as rádios.

Então, meu bem, tudo que eu quero, gosto e peço é simplesmente isso: poder viver ao seu lado todos os possíveis e até então impossíveis clichês, misturando seu cheiro de mar com o meu de café. Quero agora, quero já. E pretensiosamente, pra sempre. Acho que só. Pode 
ser? Porque, sério mesmo, eu só preciso desse eterno frisson.





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