Canção: Elephant Gun - Beirut
(juro que procurei uma música que não soasse tão clichê. Mas não teve jeito. O texto é clichê, eu sou clichê)
Me leve a Paris. Veneza, Buenos Aires, Diamantina. Qualquer
lugar onde as ruas sejam tão limpas, frias e preenchidas de tons cinzas e
terrosos. Você escolhe. Depois, me leve
ali, naquele barzinho de clima tão contrário às ruas; de interior vermelho,
quente, com som de cabaré.
Puxe uma daquelas cadeirinhas rusticamente esculpidas no
meio da calçada e me sugira descansar. Tire tudo do bolso, o chapéu da cabeça e uma foto do velho que alimenta
os pombos na praça. Mire a moça de coturno, meia calça e trench coat que passa
atrás de mim; mas sem que seu perceba, enquadre em macro meu meio sorriso
escondido rimando com o lenço amarelo que trago no pescoço e que quase ofusca
essa mesma bela moça no segundo plano.
Convide-me a ficar confusa com esse céu tão desconhecido ou então, sei lá, sentar em um muro e chorar com as cores brincalhonas do
entardecer. Depois a gente segue aquele cara tocando Beirut ou qualquer
barulho típico no seu Ukelele, rápido, sem tropeçar. Vamos lá, deixa
minha saia ser leve sem pudor. Aproveite que estamos aqui, onde realmente não
existe pecado. Sorria, abra um vinho,
jogue uma moeda nessa fonte, leia Frida Kahlo.
E quando eu soltar meus pés do chão, voar com meu cabelo tão
vermelho, ser livre com minhas roupas coloridas, me esconder na franja tão
teimosa, deixar a mostra meus olhos tão carentes e me sentir bailarina com as sapatilhas
desgastadas; você interrompa meu frenesi e fala qualquer coisa bonita, qualquer
coisa que me faça querer ouvir. Que é pra gente dar a mão e sair sonhando, como
na estória de Amélie.
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