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sexta-feira, 3 de junho de 2011

Valeu a pena



Olá você, que pula nessa festa, com o bracinho direito erguido, berrando mais uma vez aquela do Rappa, como se o mundo fosse acabar agora e você estivesse realmente feliz com o que tem feito nos últimos dias. Não. Não é isso que você pensa às 23:59 horas de cada dia. Na verdade, na maioria das vezes você se lamenta por não ter arriscado, se culpa por ter sofrido, liga a TV e dorme escutando o Jô, tudo isso pra se lembrar de esquecer de si mesmo e dos seus problemas.


Admita. Algum dia dessa semana você já deve ter pensado  “se ele perceber que eu estou olhando, vai pensar que já estou em suas mãos. Mas vou ficando aqui por enquanto, pra ver se ele nota minha presença”.  Pode falar. Eu sei que pensou.

Não entendo, viu?! Quem te ensinou isso, criatura? Que lógica é essa que você usa desde que entrou na adolescência? Testes de resistências e atitudes pensadas e repensadas fazem parte do jogo do amor, mas pra ter chances de ganhá-lo é preciso ao menos concorrer. Apostar.

Você e eu e todos passamos o dia inteiro nos privando de sensações. Perdemos a chance de abraçar, xingar, dar um tapa, levar um tapa ou fazer um elogio. Tudo isso porque costumamos ter ações e reações já construídas em mente. Tudo planejado para não nos ferir. Então nos proibimos de tentar a sorte.

Quer emoções, não quer? Então, suporte-as. Nada de poupar-se das angustias ou sofrimentos. A vida e o amor são feitos disso, de coração palpitando, de dentes que sorriem, de olhos que choram. Mãos não foram feitas apenas pra tocarem. Elas fazem mais. Envolvem, acolhem, deixam pessoas felizes. Festas não foram feitas pra nos fazer esquecer de tudo. Pelo contrário, elas foram feitas pra celebrar o que há de mais belo, imprevisível, incalculável: a vida.

É possível que o destino faça o seu papel jogando na nossa cara o final das coisas, mas para que ele aconteça, é necessário se permitir, parar de evitar conseqüências. Cuidados demais nos deixam frios, sem graças, previsíveis. Desfaz nosso viço, a delícia que é ser despreocupado.

Portanto, não se abstenha da sensação de estar vivo. Viva. Para que assim você possa gritar dentro e fora dessa festa que sim, valeu a pena ê ê.

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