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sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Para quem sempre tem razão



E então surgem faíscas entre nós. Não de paixão, mas de contrarreforma. Chateada, eu não faço mais questão de lhe entender. Estou no meu limite, cansada, sem paciência nenhuma pra ouvir suas desculpas, e num ímpeto de moça brava do interior, tampo os ouvidos pra qualquer ruído de paz. Eu não quero fazer as pazes. Não quero bancar a compreensiva. E acho que é hora de por ordem nisso que chamam de "sua vida" que na verdade é minha. Pra isso, eu preciso que guarde o que tem pra me dizer. Tenho pedido isso nos últimos trinta dias.

Há um turbilhão de neurônios implorando que eu vá lhe buscar. Tudo que eles querem é a glória de jogar na sua cara que estou bem olhando diretamente nos seus olhos. Mas todos sabem que o pior sempre acontece depois de uma conversa pacífica: a gente se ajeita. E eu não acho que isso cairia bem logo agora que consigo passar quase cinco horas sem pensar em você. Um diálogo culposo, sem intenção de matar qualquer chance de reconciliação seria um atestado de que meu coração é mesmo de manteiga e de mulher. O que hoje em dia não é muito digno.


Com esse avanço das cinco horas e talz, eis que me estresso com palpites de amor. Pessoas há um metro de nós dois não estariam aptas a dar palpites úteis. Nós vivemos essa história, nós estivemos dentro disso por todo esse tempo. Só eu tenho o direito de achar que lhe entendo, só você tem o direito de achar que me entende. O resto do pessoal não sabe de muita coisa.

Exceto Vanessa, a da Mata. Distraída, sua música ocupa os buracos irritantes da minha mente. Caraca! Já notou o que uma música pode fazer com a gente? Não, não estou falando de levitar, transcender, fugir do próprio corpo. Isso já foi dito em todos os blogs do planeta. Estou chamando à atenção para como uma letra aliada a uma bela melodia me indicam a direção.

Escute As palavras. Foi ela a responsável por quebrar o gesso da minha alma. Vanessa me deu uma lição. Não que não tenham me dito isso antes, mas com um arranjo benfeito e uma voz sem enfeites, a possibilidade de ser menos rígida me soou mais real. É óbvio que se deve ter amor próprio, mas chega uma hora que a teimosia é tão grande que nos faz regredir aos primórdios. E agora, eu preciso justamente do contrário, fazer luz onde houver involução.

Cantar o amor reanima até o coração dos desistentes e traz lá do fundo do coração pedregoso o que há de mais bonito. Então, de uma hora pra outra resolvi que estou disposta a lhe ouvir. Acostume-se com minha multipolaridade. Apenas fale, que meus ouvidos estão sedentos por seus carinhos. Sopre carícias, faça ventania na minha vida novamente que hoje estou fácil pra você. Se perca nas avenidas do meu coração e encontre aquele atalho pro meu sorriso mais bonito. Use suas artimanhas pra se fundir a mim. “Escolha os versos para ser meu bem e não ser meu mal. Reabilite o meu coração”.

Não estranhe, não tire conclusões, não espere nada de mim. Sou a mesma, não mudei de ideia, e não ligo de perder a razão. Só percebi que não ganho muito sendo tão rancorosa e que prefiro ser depósito de bons fluidos. Suas palavras têm força, já notei. Poder ouvi-las é ser feliz. Assim, eu te guardo comigo.


E pra terminar, só mais um dos meus conselhos fajutos. Dessa vez, pra você  super esperto que tem sempre a razão. Não aumente seus transtornos, não dê volume às mágoas. Alimentar desaforos e seguir regras faz mal a qualquer coração. E não há nada melhor do que seguir o caminho que ele nos indica, seja homem ou mulher. Afinal de contas, ter razão é fazer tudo certo, na hora certa, com as palavras e decisões também supostamente certas.  Ter amor é fazer a qualquer hora o que bem quer.


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