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quarta-feira, 20 de junho de 2012

Simples, como deve ser




Quando parei de pensar, de odiar, de arquitetar e tentar esquecer, fui sentir sua falta. Hoje eu não to a fim de me perturbar com questões como “gostar ou deixar de gostar de alguém é apenas um hábito” ou se “meu orgulho é maior que o meu amor”, e sei, que agora em mim, só resta a vontade de fazer a conversão. Dar meia volta, e te buscar.


Isso é sério! Eu não teria problema em fingir que nada de ruim aconteceu entre a gente. Eu sei perdoar, eu sei amar apesar de. Já não tenho os mesmos pensamentos. Já não quero seu amor eterno, seus ciúmes sem sentido. Quero saber se está bem, se continua dormindo tarde, ouvir de novo sua voz que tem efeito hilariante sobre mim. Quero pedir desculpas e voltar àquelas noites e dias de companhia que me faziam tão bem.

E pra ser sincera, não espero mais aquela pulsante paixão que sempre termina em brigas e ressentimentos. Quero o seu amor mais tranquilo, com aquele compromisso de me ouvir todos os dias; contando histórias, me desmanchando por ti. Quero ter por perto seu ouvido com detector de tristeza.

E voltar a ser alguém pra você. Talvez descobrir que nunca deixei de ser. Saber que um dia você ligou a TV e pensou que provavelmente eu também estaria na minha casa, sozinha, assistindo ao programa do Jô; aprendendo novidades que eu gostaria de falar com você, mas que vou falar com qualquer outro por aí.  

E por último, gostaria que mágicas fossem possíveis. Que minhas vontades se transformassem nesse exato instante numa confortante realidade. Nem que seja pra ficar semanas aguentando  o seu sermão sobre meu orgulho e terminar essa noite com um sorriso antes de dormir.

E então, descobrir que eu não estava errada, certas coisas não acabam. Quando não acontecem, ficam registradas dentro da gente; como essas fitas VHS, num canto, rejeitadas, mas que sempre funcionam na casa daquele velhinho prevenido que não descarta as coisas e guardou um vídeo cassete. Acho que isso que nós somos: dois velhinhos rabugentos que não descartariam as coisas antigas da vida.

Seria assim, nosso reencontro. Nada muito estranho pois já nos conhecemos. Seria simples, como sempre; como tem que ser. Trocaríamos um boa noite, um pouco seco e iríamos dormir. Dessa vez, com uma alegria um pouco confusa, ressabiada, escondida. Um boa noite em paz, de quem reencontrou a si mesmo mas não pode dizer.

Forjando uma falta de esperança de que tudo se acerte, excluindo as exigências que imitam laços; mantendo contato como quem não quer nada, dormiremos ainda meio pálidos, sem que nenhum de nós desconfie que isso possa ser amor. Sem saber que, talvez, esse seja o jeito mais puro e seguro de se amar.

2 comentários:

  1. Estou feliz em encontrar e seguir seu blog.
    Gostei muito da sua postagem a forma que conduziu seu texto é magnifica.
    È dificil falar de nós mesmos do sentimentos guardados .
    Um carinhoso abraço,Evanir.

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  2. Que bom, Evanir! Fico feliz que tenha gostado e comentado! Obrigada por seguir, ta?!
    Volte mais vezes :)
    Um abraço

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