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segunda-feira, 18 de abril de 2011

Todo mundo sabe que...


Tudo bem, você pediu, eu to aqui. Vou explicar de novo, André. Vê se entende dessa vezNossas tardes juntos foram magníficas, meu bem. Sua pizza é a melhor do mundo, sua risada é esquisita e só por isso me faz sorrir, tudo conforme os livros que leio e os carinhos que sonho receber; mas é isso mesmo que você insiste em não escutar. Sempre esteve decidido. Eu até gosto de você, mas não é isso que eu quero. Se eu pudesse escolher, talvez eu me apaixonasse por você um dia.

Você sequer ouve o que eu to falando, mas não importa, eu vou repetir, não sou dessas que brincam de quebrar corações. Só estou tentando te poupar de mim e da minha incapacidade de aprender a gostar de alguém, entende? Eu sei, eu sei. Você não é mais criança e fará de tudo pra me prender, mas não adianta, eu me conheço. A culpa não é sua, tampouco a solução. Você não entende? A gente não cria amores, reconhece-os. Não adianta insistir numa coisa que não é pra ser.Desculpa aê Vinícius de Moraes, mas eu precisava parafrasear sua maior verdade pra ver se esse moço entendia que a poesia que eu acredito me impede de inventar amor.  

E não venha se fazer de vítima porque eu bem que avisei desde o início. Amar é coisa séria, mas você parece não ligar. Vive se enchendo de esperança que eu milagrosamente acorde um dia te amando loucamente. Eu hein, parece até que gosta que eu te fira mais e mais. Não cansa não, é? 


André, você é bonito e tem um monte de moças te querendo. Olha aquela ali de cabelo cacheado, como você insistia pra que eu deixasse o meu. Com aquele salto, não há dúvidas que anda doidinha por um novo amor. Vai lá, se liberta de mim. Fica com ela e tenta me fazer ciúmes. Tenta, vai ser legal. Não entendo p
or que foi encasquetar comigo, menino. Logo agora que eu mesma não me suporto.


O que, André? Se estou feliz? Olha, falar a verdade, andei sofrendo de uns dias pra cá, mas não vem ao caso agora. Você sabe que isso não é problema 
pra mim. Não ligo de chorar, desde que seja por paixão de verdade. Por shows de rock, não. Pelos beijos perdidos no mesmo show de rock, também não. Aquilo que você chama de música ainda estrala nos meus ouvidos. Já os beijos, esses não ouço mais. Foram embora na garupa dos motoqueiros. Por falar nisso, por que você não foi junto, hein?!

Haha. Minhas metáforas te irritam, né?! Eu sei. Sempre te incomodaram. Faço-as de propósito. Aliás, em que você combina comigo mesmo? Não acho graça no Jim Carrey, não gosto de cerveja e não vou sair no sábado. E sim, eu só sei dizer não. Pra você. É um favor que te faço implorando pra que não se misture novamente às minhas birras. Então vai, menino, eu to falando, é pro seu bem, desiste logo de me querer.


Viu como você tava certo? Eu sei ser bastante fria. Não quando quero, quando preciso. E dessa vez, prefiro que seja assim. Fica mais fácil encarar seus olhos quase verdes de tão famintos e dizer que não. Vamos acabar de vez com essa obsessão que não nos leva a nada e viver felizes pra sempre, cada um no seu canto, o que você me diz? 

Pronto, é simples, tá decidido. Desculpe se fui grossa, mas é melhor que seja assim. Sem dor, sem enrolação, sem lágrimas, por favor, me deixe ir embora. Todo mundo sabe que será fácil pra você. Todo mundo sabe que...




CONTINUA...


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