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sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Dicas para amar




Se passássemos o dia assim, você retribuindo meus olhos admirados, pensando em maneiras de me surpreender, talvez eu não tivesse tanto tempo para escarafunchar os vazios que existem entre nós. Aliás, nem sei se esses vazios existem mesmo ou se são meras fantasias da minha cabeça apaixonada por novelas e estórias que nunca dão certo. Como diriam os odiadores de coisas inúteis, ando sendo manipulada pela mídia, mas ainda assim defendo: dê poesia a quem você ama.


E olha, por mim tudo bem se eu me perco nesse mundo onde William Bonner e Glória Perez se confundem. Inutilidades tornam meus dias menos estressantes e eu admito sem problemas que não dá pra se falar em globalização, teoria da relatividade ou governo Dilma o tempo inteiro. Então, vai, deixa de besteira. Coloca aí na Globo, que a Norma chamou o Léo na chincha e o pau tá quebrando. Eles pelo menos se entendem. Daquela forma estranha, mas se surpreendem.

Bem, me desculpe. Eu sempre me distraio com o charme dos vilões, como ficou concluído naquela última análise que você fez de mim. Gosto de cena, de música, de cordel tirado das suas próprias tristezas, de calor extraído do seu próprio amor. Tenho sede de romances e escolhi viver isso com você. Não esmaeço com sua rusticidade. De vez em quando até me assusto com a ausência dela. Já me acostumei com o fato de vocês homens serem tão desligados de nossas deficiências sentimentais e não entenderem que, da mesma forma que queremos ser amadas, precisamos também de nos sentir amadas. Dê-me um pouco de suas artes cênicas. Não me deixe nesse palco sozinha.

Essa é a razão de eu te buscar com meus protestos latentes de amor; pois se é você o pai dos aflitos, o protetor dos fracos, aquele que defende Wellington Menezes de Oliveira das minhas acusações irrefutáveis, eu também quero desse seu amor de mocinho-de-novela. Faço de tudo. Grito e viro um chamado de atenção ambulante, uma sirene ininterrupta e carente, só pra ver se você olha pra mim. Apresento meus pedidos sem nexo, choros sem lágrimas, ameaças sem faca, só pra você me fazer dissolver mágoa por mágoa na parede mais próxima, regulando os olhos na altura dos meus, a fim de resolver essas neuras de mulherzinha.

Só assim, em meio a essas discussões intempestivas pra eu saber que vale a pena esperar e que, dentro de você o sertão, um dia quem sabe, pode virar mar. Só assim, pra eu ter a certeza meio incerta de que com você ainda posso gritar. Venha até mim, dê um jeito de acabar com minhas solidões, imaginárias ou reais. Faz da novela coisa fraca, sem graça, sem cor perto da realidade. Leia Martha Medeiros, assista Glória Perez, imite Mark Ruffalo. Decore essas dicas e me acorde se estiver disposto a mudar. Pensou que seria fácil, né? Mas quando a estória passa a ser a dois, vale um esforço. Não basta só querer amar.



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