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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Quando você não vem...



03:01 am. Ainda acordada, procurando resposta pra minha falta de sono; já que estou tão confortável com minhas roupas leves e surradas, de vestir quando você não vem.  O cobertor, quentinho como eu gosto. Uma das pernas se exibindo pra fora com duas finalidades: a primeira, controlar a temperatura do corpo que se sente sufocado; a segunda, agarrar esse travesseiro que não é você, mas que finjo ser você.  É nessas horas que seus ombros frios me fazem falta.

Sério, não entendo! A parede do quarto é azul, do jeitinho que orientou a cromoterapeuta naquele programa que passa nas manhãs da Redetv; a cabeceira da cama do lado de lá da porta - li num manual de feng shui – e as portas do guarda-roupa sempre fechadas, mas aí é por pura superstição mesmo. Tudo perfeitamente planejado pra uma agradável noite de sono, mas não há nada, nada que me faça fechar os olhos e só acordar amanhã de manhã. Tem algo de muito errado nisso.

Me dou conta então de que hoje não senti o seu gosto enxuto de menino doce. Deve ser este o motivo da minha insônia. Enquanto você dorme um sono tranquilo de gente despreocupada, tento adivinhar em qual cama isso acontece.  Se ao menos eu pudesse saber. Essa falta de notícias me perturba e a noite ta tão vazia. O mundo inteiro agora conta carneirinhos e eu conto as horas pra que você veja minha cara emburrada.

Mas fala sério! Por mais que sua presença me faça tão bem; não devo passar a noite torturando o travesseiro com minhas unhas, pensando no seu paradeiro ou no cheiro que tem seu peito a essa hora da manhã, ainda mais porque imagino como anda açucarado o ouvido da sua dona petulante desde que a assumiu . Nada mais justo, ela é esperta e inteligente e, ao contrário de mim, não arrisca tanto em te perder. Bem feito pra mim!

Então, o sono, que não vinha de pirraça, resolve aparecer justo agora que eu achava explicação pro meu gosto persistente e inesgotável por você. Você, que há dias reclamava carinho, e hoje não apareceu pra xingar minha recente e evidente sequidão ou pra perguntar mais uma vez o que fazer pra provar qualquer sentimento que sentia e que eu ainda não sei qual era. É nessas horas que sua teimosia me faz falta.

E se agora eu me reviro na cama, já não é mais de raiva ou impaciência. Chego a cogitar a possibilidade dessa história de você gostar de mim ser mesmo de verdade, simplesmente por você também desconfiar do meu gostar. Caso contrário, seria mais fácil que desse ouvidos a sua vaidade e não manifestasse chateação quando eu sumisse por um ou dois dias.

Bem, as horas se passaram, minhas pálpebras insistem em cair e o lápis já não aguenta mais traduzir minha ansiedade. O dia agora amanhece sorrindo como se nada tivesse acontecido. Cazuza tava certo, o tempo não para quando eu não te tenho por perto. O sol inconveniente e nada solidário com minha tristeza ta bem ali , me fazendo ver de novo o azul do céu. Azul me lembra você. Que me lembra que hoje você não veio . E que sem você, eu serei sempre e só uma abandonada a sua espera.

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Um comentário:

  1. mto bom esse txto...ja o tinha lido...mas tava aki em plena madrugada relendo os textos e achei uma caractericsta bacana msm....nesse texto a gente entra dentro da cena..consegue imaginar td mto claro....gosto desse estilo persuarsivo..q nos leva pra dentro da historia..como num filme 3d...a gente se sente dentro da cena...MTO BOM MSM.

    Guilherme (facul)

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